quarta-feira, 30 de novembro de 2016

Lesão muscular: fisioterapia, diagnóstico e tratamento




As lesões musculares são a causa mais frequente de incapacidade física na prática esportiva. Estima-se que 30 a 50% de todas as lesões associadas ao esporte são causadas por lesões de tecidos moles.

A força tênsil exercida sobre o músculo leva a um excessivo estiramento das miofibrilas e, consequentemente, a uma ruptura próxima à junção miotendínea.

Os estiramentos musculares são tipicamente observados nos músculos superficiais que trabalham cruzando duas articulações, como os músculos reto femoral, semitendíneo e gastrocnêmio.

Os músculos biarticulares têm velocidade de contração e capacidade para mudança de comprimento maiores, contudo, menor capacidade de suportar tensão.

Estiramentos e contusões leves (grau I) representam uma lesão de apenas algumas fibras musculares com pequeno edema e desconforto, acompanhadas de nenhuma ou mínima perda de força e restrição de movimentos.

Não é possível palpar-se qualquer defeito muscular durante a contração muscular. Apesar de a dor não causar incapacidade funcional significativa, a manutenção do atleta em atividade não é recomendada devido ao grande risco de aumentar a extensão da lesão

Estiramentos e contusões moderadas (grau II) provocam um dano maior ao músculo com evidente perda de função (habilidade para contrair). É possível palpar-se um pequeno defeito muscular, ou gap, no sítio da lesão, e ocorre a formação de um discreto hematoma local com eventual ecmose dentro de dois a três dias. A evolução para a cicatrização costuma durar de duas a três semanas e, ao redor de um mês, o paciente pode retornar à atividade física de forma lenta e cuidadosa.

Uma lesão estendendo-se por toda a sessão transversa do músculo e resultando em virtualmente completa perda de função muscular e dor intensa é determinada como estiramento ou contusão grave (grau III). A falha na estrutura muscular é evidente, e a equimose costuma ser extensa, situando-se muitas vezes distante ao local da ruptura. O tempo de cicatrização desta lesão varia de quatro a seis semanas. Este tipo de lesão necessita de reabilitação intensa e por períodos longos de até três a quatro meses. O paciente pode permanecer com algum grau de dor por meses após a ocorrência e tratamento da lesão.

O estiramento dos isquiotibiais é a lesão mais comum nos atletas. Os músculos isquiotibiais são os menos alongados do membro inferior e, por este motivo, mais facilmente lesionados durante a contração muscular excêntrica. A gravidade da lesão é geralmente negligenciada, especialmente na fase aguda.

O diagnóstico da lesão normalmente é realizado a partir de um alto índice de suspeita clínica e exame clínico cuidadoso. A ressonância magnética é valiosa para se diferenciar entre uma lesão completa ou incompleta e para o planejamento do tratamento.

A rotura completa dos músculos isquiotibiais proximalmente em sua origem é rara. A condução do caso varia entre o tratamento conservador com um imobilizador em flexão ou o reparo cirúrgico em um segundo momento. Embora o reparo cirúrgico em um segundo tempo possa apresentar bons resultados, o reparo precoce permite uma reabilitação funcional mais rápida e evita o sintoma neurológico potencial de ciática glútea.

O que distingue a cicatrização da lesão muscular da cicatrização óssea é que no músculo ocorre um processo de reparo, enquanto que no tecido ósseo ocorre um processo de regeneração.

Fase 1: destruição – caracterizada pela ruptura e posterior necrose das miofibrilas, pela formação do hematoma no espaço formado entre o músculo roto e pela proliferação de células inflamatórias

Fase 2: reparo e remodelação – consiste na fagocitose do tecido necrótico, na regeneração das miofibrilas e na produção concomitante do tecido cicatricial conectivo, assim como a neoformação vascular e crescimento neural.

Fase 3: remodelação – período de maturação das miofibrilas regeneradas, de contração e de reorganização do tecido cicatricial e da recuperação da capacidade funcional muscular.

O diagnóstico da lesão muscular inicia-se com uma história clínica detalhada do trauma, seguida por um exame físico com a inspeção e palpação dos músculos envolvidos, assim como os testes de função com e sem resistência externa. O diagnóstico é fácil quando uma típica história de contusão muscular é acompanhada por um evidente edema ou uma equimose distal à lesão.

Em termos de tratamento a mobilização precoce induz a um aumento da vascularização local na área da lesão, melhor regeneração das fibras musculares e melhor paralelismo entre a orientação das miofibrilas regeneradas em comparação à restrição do movimento.

Fase aguda

O tratamento imediato para a lesão do músculo esquelético ou qualquer tecido de partes moles é conhecido como princípio PRICE (Proteção, Repouso, Gelo ou Ice, Compressão e Elevação). A justificativa do uso do princípio PRICE é por ele ser muito prático, visto que as cinco medidas clamam por minimizar o sangramento do sítio da lesão.

Colocando-se o membro lesionado em repouso logo após o trauma, previne-se uma retração muscular tardia ou formação de um gap muscular maior por se reduzir o tamanho do hematoma e, subsequentemente, o tamanho do tecido conectivo cicatricial. Com relação ao uso do gelo, mostrou-se que o uso precoce de crioterapia está associado a um hematoma significativamente menor no gap das fibras musculares rompidas, menor inflamação e regeneração acelerada

De acordo com os conhecimentos atuais, é recomendada a combinação do uso de gelo e compressão por turnos de 15 a 20 minutos, repetidos entre intervalos de 30 a 60 minutos, visto que este tipo de protocolo resulta em 3° a 7°C de decaimento da temperatura intramuscular e a 50% de redução do fluxo sanguíneo intramuscular

Finalmente, a elevação do membro acima do nível do coração resulta na diminuição da pressão hidrostática, reduzindo o acúmulo de líquido no espaço intersticial.

Tratamento pós-fase aguda

1. Treinamento isométrico (ie. contração muscular em que o comprimento do músculo se mantém constante e a tensão muda) pode ser iniciado sem o uso de pesos e posteriormente com o acréscimo deles. Especial atenção deve ser tomada para garantir que todos os exercícios isométricos sejam realizados sem dor.

2. Treinamento isotônico (ie. contração muscular em que o tamanho do músculo muda e a tensão se mantém) pode ser iniciado quando o treino isométrico for realizado sem dor com cargas resistidas.

3. O exercício isocinético com carga mínima pode ser iniciado uma vez que os dois exercícios anteriores sejam realizados sem dor.

A compreensão dos mecanismos fisiopatológicos que regulam a reparação muscular e sua adaptação ao treinamento físico são essenciais para o profissional que se propõe a tratar destes pacientes. São a base para o desenvolvimento dos meios de prevenção de lesões e para o tratamento adequado e reabilitação das lesões instaladas.
A respeito do tempo apropriado de retorno ao treino específico para o esporte, a decisão pode ser baseada em duas simples e pouco onerosas medidas: a habilidade de alongar o músculo lesionado tanto quanto o lado contralateral sadio, e ausência da dor no músculo lesionado em movimentos básicos.

Quando o paciente refere alcançar este ponto na recuperação, a permissão de se iniciar gradualmente os exercícios específicos para o esporte é garantida.

Contudo, sempre deve ser enfatizado que a fase final de reabilitação deve ser realizada sob supervisão de profissional capacitado.

FONTE: Fisioterapia e Reabilitação






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terça-feira, 29 de novembro de 2016

DRENAGEM LINFÁTICA




 
No desespero para perder uns centímetros aqui, outros ali, algumas mulheres acabam optando por tratamentos errados ou caem nas mãos de profissionais de má fé. A fisioterapeuta dermato-funcional Juliana Borges esclareceu alguns pontos interessantes:

Como funciona a drenagem linfática e para que serve?

“A drenagem linfática manual é uma massagem feita por meio da pressão das mãos com manobras específicas para estimular o sistema linfático. Ao contrário do que muitas pessoas pensam, a drenagem linfática não promove a perda de gordura. Ela apenas ajuda a drenar líquidos excedentes. Ela é indicada para pessoas que retêm muito líquido e ficam constantemente inchadas.”

 A drenagem linfática ajuda a reduzir medidas? E funciona contra celulite?

“Não podemos dizer que a drenagem linfática diminui medidas para todo mundo. Depende muito de quão inchada está a paciente. Se há muita gordura, porém pouco líquido retido, a diminuição de medidas é irrelevante. Se a retenção de líquidos é grande, é possível que a pessoa fique mais fina após algumas sessões. Em relação à celulite, um dos fatores envolvidos é a retenção de líquidos no tecido subcutâneo. Portanto, a drenagem linfática pode auxiliar, mas deve ser associada a outros tratamentos.”


Algumas pessoas fazem drenagem linfática com auxílio de um copo. É indicado?



“De jeito nenhum. Se a profissional vier com um copo, interrompa a sessão na hora. Existe um aparelho especial que pode ajudar na drenagem, promovendo um vácuo no local. Mas copo, nunca.”

Que profissionais podem fazer drenagem linfática?

“De acordo com o Conselho Regional de Fisioterapia e Terapia Ocupacional (CREFITO), a técnica de DLM (drenagem linfática manual) só pode ser realizada por fisioterapeutas. Antes de realizar a sessão, confirme que o profissional em questão é fisioterapeuta.”





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quarta-feira, 16 de novembro de 2016

Dorsalgia: Causas, Sintomas e Tratamento com RPG





A região torácica está localizada entre duas outras regiões da coluna vertebral (a cervical e a lombar) e compreende 12 vértebras. Qualquer dor nessa região pode ser considerada uma dorsalgia.

Conheça as principais causas para a Dorsalgia

A dor que caracteriza a dorsalgia é, na maioria das vezes, proveniente de músculos, articulações, nervos, ossos ou outras estruturas próximas à coluna torácica. Dentre as causas, podemos citar as de natureza:

Traumática: é o caso de distensões musculares, fraturas ou contusões na região dorsal, atividades em posições inadequadas, esforço físico exagerado ou quedas;

Degenerativa: quando ocorre a degeneração dos corpos vertebrais, discos intervertebrais e facetas-articulares, normalmente, em virtude do envelhecimento natural;

Tumores: alguns tumores (malignos ou benignos) podem contribuir para o surgimento de dorsalgia.

Outros sintomas também podem acompanhar a dorsalgia, como a dificuldade para respirar, a sensação de “pontadas” no tórax e a queimação nas costas.

O Diagnóstico

Antes de iniciar qualquer tratamento, o profissional precisa obter um diagnóstico preciso do quadro do paciente. No exame é indispensável a avaliação da coluna inteira, identificando a existência de deformidades, contraturas musculares e possíveis limitações de determinados movimentos. E, a partir dessa primeira etapa, o tratamento a ser empregado deverá levar em consideração o quadro específico daquele paciente e os fatores causais da dorsalgia.

Tratamento para a Dorsalgia

Existem diferentes formas de tratamento para a dorsalgia, mas a fisioterapia tem se revelado bastante eficaz na melhora da qualidade de vida dos pacientes com essa patologia. A RPG, por exemplo, é um método fisioterapêutico bastante indicado para quem sofre com a dorsalgia. O especialista avalia o paciente de forma global e todos os movimentos a serem realizados, direcionam-se às necessidades individuais de cada pessoa que apresenta.

O trabalho com a Reeducação Postural Global ajuda no alongamento de músculos encurtados responsáveis pela alteração postural e consequentes queixas de dor do paciente. As sessões são realizadas com movimentos progressivos, de acordo com as respostas do paciente ao tratamento e sem ultrapassar determinadas limitações que apresente. O objetivo aqui não é só afastar os sintomas da doença, mas tratar o próprio indivíduo (ampliando sua consciência corporal) para o evitar o surgimento de novas dores.

Fonte: Terapia Manual


segunda-feira, 14 de novembro de 2016

O que há de novo na velha drenagem




Super conhecida das mulheres, esta forma de massagem ganhou ingredientes modernos, tecnologia e upgrade de outras técnicas. Fique por dentro das inovações e do que elas podem fazer por você.
De toda tecnologia que existe na área da estética, a “velha” drenagem continua a ser um dos tratamentos mais realizados nas clínicas especializadas. Que atire a primeira pedra, quem nunca fez ou pensou em fazer. De famosas a anônimas, muitas pessoas recorrem a suas manobras para melhorar a circulação venosa, e consequentemente, a celulite. “A drenagem linfática manual (DLM) libera o liquido que se deposita entre as células e que não consegue se movimentar sozinho”, explica Orlando Sanches, diretor técnico da clínica PósOp- Sistema de Pós- Operatório Especializado (SP).

Para entender melhor esse processo, o sangue que sai das artérias nutre os tecidos corporais. Parte desse sangue retorna ao coração por meio do sistema venoso, porém, grandes moléculas, como as proteínas, não conseguem penetrar na parede do sistema venoso, deixando um excesso de líquido banhando as células (liquido intersticial). O sistema linfático tem a função de absorver esse liquido.

 Ele percorre pequenos canais localizados logo abaixo da pele e, em determinados pontos, passa por gânglios para ser purificado e receber células do sistema imunológico. “Conforme os canais linfáticos vãos e aprofundando em nosso corpo, se tornam mais calibrosos e em um número cada vez menor, até que em determinada região, a linfa cai no sistema venoso, onde passa pelos pulmões e pelo coração, retornando ao sistema arterial e reiniciando o ciclo. Um desequilíbrio nesse processo desencadeia um quadro de edema” define Angela Lange, fisioterapeuta dermato-funcional (PR). “Como nesses casos há uma significativa dificuldade circulatória e uma grande tendência na retenção de liquido, a drenagem entra como recurso importante que, associado à dieta balanceada e exercícios, ajuda na diminuição das alterações estéticas”, afirma Marcia Colliri Camargo, fisioterapeuta e analista bioenergética (SP).

Regras sem exceção

A circulação linfática tem caminhos muito específicos. “Por isso, as manobras produzidas na drenagem devem seguir um mesmo sentido, sempre, salvo em alguns casos de pós-operatórios de cirurgia plástica. Os canais linfáticos são muito frágeis e as pressões mais fortes fazem que o vaso se feche e não conduza a linfa. Além disso, o fluxo do liquido é muito lento, por isso, quando realiza a drenagem, o profissional tenta ritmar seus movimentos na mesma velocidade que a linfa flui. Toda e qualquer manobra que não cumpra esses requisitos não atua na circulação linfática”, pondera Angela Lange. Isso quer dizer que a drenagem é uma técnica extremamente suave, lenta, que causa sono e leva ao relaxamento. “Ela jamais deve provocar dor ou hematomas”, alerta Marcela Rodrigues, fisioterapeuta dermato-funcional e estética aplicada da clínica Shory  (ES). Sendo assim, uma boa drenagem linfática deve obrigatoriamente obedecer alguns princípios importantes quanto ao ritmo, sentido das manobras, da pressão e da harmonia dos movimentos, como enumera Angela Lange.
    
Pressão: Movimento que desencadeia uma ação forte sobre a pele pode prejudicar, em vez de melhorar. A manobra radical fecha o canal linfático impedindo a condução da linfa, podendo também causar a destruição do capilar linfático, pois ele é muito frágil.
    
Fluxo: O sistema linfático segue caminhos específicos e a drenagem deve obedecer a esse sentido. Por exemplo: as manobras sobre o abdome superior (acima do umbigo) devem se direcionar para a região axilar e as manobras sobre o abdome inferior (abaixo do umbigo) para a região inguinal.
    
Movimento: O fluxo da linfa dentro do canal é muito lento, e massagens vigorosas, como movimentos rápidos, vão contra a fisiologia do sistema orgânico.

Um por todos, todos por um

De acordo com Karla Assed, dermatologista (RJ), a drenagem pode ser realizada de três formas:

Manual: é feita com as mãos estimulando os gânglios. Os movimentos são leves e ritmados, finalizados com massagem suave, que redireciona os líquidos do organismo. Atua na retenção e na celulite, melhorando a textura da pele.

Mecânica: realizada com aparelhos de vacuoterapia e endermoterapia. Ela aumenta o bombeamento da circulação periférica, estimulando o metabolismo.

Drenagem Eletroterápica: envolve os recursos da eletroestética como ultrassom, sonoeletroporação e sonoforese tridimensional, em que a placa ativa a penetração dos princípios ativos enquanto as ondas de calor profundo do ultrassom penetram aumentando o metabolismo e a permeabilidade cutânea.

Drenagem linfática facial

Não é só o corpo que pode se beneficiar com esse tipo de massagem. A drenagem linfática facial tem objetivos preventivos, estéticos e terapêuticos, pois estimula o sistema de defesa, a oxigenação dos tecidos, tonificando a pele e retardando o envelhecimento dos tecidos.

Fonte: Corpo a corpo edição 280