domingo, 3 de julho de 2016

Nossa coluna cervical e a tecnologia





A tecnologia está cada vez mais presente no nosso dia a dia. Smartphones e tablets são os “acessórios” mais desejados e utilizados no momento. Quando estamos numa fila de banco, no shopping, na padaria, no supermercado ou até mesmo no carro (inadvertidamente) o smartphone está lá, nos lembrando que há algo, importante ou não, para nos “conectar” aos outros.
A pergunta é: será que estamos lembrando de nos conectar com nosso próprio corpo? Mais: quais consequências estes pequenos aparelhos, aparentemente inofensivos, trazem para nosso organismo?

A dor cervical ou dor no pescoço é uma queixa muito frequente nos dias atuais, e, provavelmente, o excesso de uso (overuse) e a má postura são os maiores vilões. Os problemas degenerativos da coluna cervical também são importantes, mas surgem como consequência do estresse que impomos a esta região do corpo, durante longo período ou por toda a vida.
A posição da cabeça centralizada e “sobre” os ombros (de maneira que quando olhamos de lado as orelhas estão alinhadas com os ombros) gera estresse e carga naturais para os músculos do pescoço, coluna torácica e lombar. Quando a cabeça fica projetada para a frente, a carga e o estresse dos músculos aumentam muito, chegando a multiplicar por cinco o peso da cabeça com 60º de flexão da cervical.

O corpo foi projetado para tolerar algum estresse e ter uma boa postura não significa que ela é a ideal todo o tempo. Nos movemos constantemente para buscar posições adequadas para o nosso corpo e manter a saúde dos nossos tecidos. O problema dos pequenos “aparelhinhos” tecnológicos é que repetimos e mantemos a má postura durante períodos prolongados e o pior, sem perceber.

Recorra ao Pilates

Pilates é um método conhecido por trabalhar “de dentro para fora”, ativando nossas sensações e músculos profundos de maneira específica e eficiente. Os músculos profundos são os mais próximos das nossas vértebras e os mais habilidosos em perceber e corrigir a posição e o movimento da nossa coluna. Por isso, são essenciais os exercícios que parecem simples e que não exigem muito esforço (força), mas grande concentração e precisão. A resistência destes músculos também deve ser treinada para, posteriormente iniciar exercícios que precisam de força (ativando mais músculos superficiais durante o exercício).

O grande diferencial ao praticar exercícios de Pilates, direcionando os cuidados para a região cervical não é “o quê você faz”, mas o “como você faz”. Pequenas dicas podem influenciar e modificar o movimento de maneira surpreendente. Um instrutor experiente e habilidoso é a pessoa mais indicada para selecionar as dicas que melhor organizam o movimento.
Um exercício simples que chamo de “Cervical Clock” (relógio cervical) pode auxiliar na ativação dos músculos profundos. A primeira variação deste exercício também é conhecida como Exercício de Coordenação da Flexão Craniocervical (ECFC) e sua avaliação é um teste utilizado por fisioterapeutas para verificar a habilidade do paciente em ativar a musculatura profunda da coluna cervical.

O’ Leary e colaboradores (2007) verificaram uma redução imediata e localizada da dor cervical em voluntários com dor cervical crônica logo após o ECFC. A melhora da dor foi de 14% a 21%.

O exercício “Cervical Clock” pode ser executado em várias posições (deitado, sentado, em pé, etc). Procure iniciar a prática deitado de barriga para cima (em supino). Deite-se, relaxe o corpo e mantenha as curvaturas naturais da coluna (deve haver um pequeno espaço entre a coluna lombar e o chão, assim como também um espaço entre o pescoço e o chão), com os joelhos dobrados e pés apoiados no chão.

Imagine que existe um relógio na frente do nariz (use a palma da mão na frente do nariz como referência). Enquanto solta o ar, leve o nariz para baixo, na direção do ponteiro das “6 horas” do relógio. Em seguida, inspire e leve o nariz para cima, direcionando para o ponteiro das “12 horas” do relógio.

Os movimentos devem ser pequenos e realizados suavemente, gerando um leve balanço sobre a parte posterior da cabeça. O olhar deve acompanhar a direção do movimento. Ao tocar os músculos da frente do pescoço, você deve sentir que eles continuam relaxados.

Cervical Clock



O movimento também pode ser realizado na direção dos ponteiros das 3 horas e 9 horas, ao levar o nariz para a direita e esquerda ou desenhando um círculo com a ponta do nariz; ao tentar acompanhar todos os ponteiros do relógio no sentido horário e anti-horário. Procure perceber se consegue desenhar um círculo quase perfeito ou se algum pedaço do movimento fica mais retilíneo do que deveria e a cada repetição, tente realizar o movimento corretamente.

Variação “Círculo” do Cervical Clock

Após realizar entre 10 e 15 repetições de cada movimento, procure perceber se há diferença no apoio da cabeça no solo, na curvatura do pescoço, na tensão – relaxamento dos músculos do pescoço e na amplitude da respiração. “Conecte-se” com suas percepções internas e da sua pele tocando o solo. Registre as mudanças positivas e tente manter esta sensação ao longo do dia.

Procure estar atento e retomar o controle da sua postura sempre que perceber sua cabeça e seu corpo saírem do “eixo” ao longo do dia. Fortalecer todo o corpo e melhorar a mobilidade das articulações, principalmente da coluna, pode ajudá-lo também, afinal a cervical e a cabeça dependem da organização do que está abaixo delas.

Pilates alonga, fortalece, mobiliza e melhora nossa consciência de maneira global e integrada: Mente, Corpo e Espírito.

Fonte: Revista + que Pilates

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