quinta-feira, 18 de maio de 2017

Aprenda a respirar!




A teoria e a prática do método Pilates estão bem explicadas pelo próprio criador, em seus livros Your Health (Sua Saúde)- 1934 e Return to Life Through Contrology (O retorno a vida pela Contrologia) – 1945.

Naquela época, Joseph Hubertus Pilates, que nasceu na Alemanha em 1880 e faleceu em Nova York em 1967, aos 87 anos, nem sequer poderia imaginar a repercussão de seu método na atualidade, no qual vivemos um período de grande tensão, onde mal conseguimos respirar direito! Em uma de suas máximas dizia: “Nem muito pouco, nem em excesso”.

É muito comum as pessoas apresentarem padrões respiratórios incorretos, causando rigidez torácica, que irão, certamente, interferir na sua postura adequada.

“Respirar é o primeiro e o último ato da vida. Nossa vida depende disso. Visto que não podemos viver sem respirar, é tragicamente deplorável contemplar os milhões e milhões que nunca aprenderam a respirar corretamente”.

Essa afirmação de Pilates é muito valiosa, pois se a nossa consciência corporal pudesse expandir a capacidade respiratória que possuímos, certamente seríamos menos tensos. Vivenciamos esse fato, através da evolução de nossos alunos, diariamente, durante as aulas.

Joseph disse: “A respiração preguiçosa converte os pulmões, de modo figurativo, em um cemitério para depósito de germes doentes que estão morrendo ou que já estão mortos, ao mesmo tempo que fornece um porto ideal para germes nocivos”.

Lanço um desafio para que você, agora, sinta a sua respiração durante um minuto! Feche seus olhos e concentre-se na sua respiração! Profundamente e de va gar!

Nossa missão como instrutores de Pilates, é auxiliar as pessoas a tornar conscientes, seus movimentos inconscientes e direcionar sua respiração, para áreas nas quais nem sequer havia um esboço de respiração. Dessa forma, corpo e mente permanecerão em harmonia e equilíbrio.

O olhar interno também é importante, transformador e revelador, pois alinha a percepção intuitiva, com a realidade. Estar consciente disso permite corrigir os nossos vícios posturais e notar que dores e ou patologias, quase sempre estão relacionadas a uma postura incorreta, que gera uma rigidez local por falta de mobilidade. E é aí que devemos respirar!

“Portanto, acima de tudo, aprenda a respirar corretamente!” – Joseph Hubertus Pilates

Fonte: PILATES, J.H. A obra completa de Joseph Pilates.  Sua Saúde e O retorno a vida pela Contrologia (coautoria de William John Miller). Tradução de Cecília Panelli. São Paulo: Phorte, 2010.

Revista Mais que Pilates



quarta-feira, 17 de maio de 2017

COMO O PILATES AJUDA A DOR NA LOMBAR?



É muito comum sentir dor na lombar, principalmente quando se fica muito tempo sentado de maneira incorreta. Sendo assim, a dor lombar, também chamada de lombalgia, é muito conhecida pela maioria da população. E diferente do que muitas pessoas podem pensar, o incomodo pode ser muito mais grave e na maioria das vezes necessita de tratamento especial.

Mas você sabe o porquê sente essa dor e principalmente, como tratar? É sobre isso que vamos falar no texto de hoje.

Continue lendo para descobrir as principais causas da dor na lombar e como o Pilates pode te ajudar a combater e prevenir essa dor.

O que é a dor na lombar?

A dor na lombar podem estar ou não associadas à ciatalgia (irradiação da dor para região glútea, coxas, pernas e pés). A lombalgia pode se apresentar como pontadas, queimação, sensação de “travamento” ou mesmo incapacidade de manter a postura ereta. Estima-se que todas as pessoas, uma vez ou mais na vida irão apresentar sintomas de dor na lombar, que pode ser transitório ou crônico, de acordo com a causa. Comumente, as lombalgias causam incapacidade funcional, afastamento do trabalho e prejuízo nas tarefas da vida diária das pessoas.

Apesar das diferentes origens, a sua incidência é maior em:

  • Pessoas sedentárias,
  • Trabalhadores que exercem tarefas com grande sobrecarga física (muitas vezes em posturas incorretas
  • Pessoas que permanecem longos períodos sentadas ou na posição de pé,
  • Indivíduos com pouca mobilidade corporal (encurtamentos musculares) que acabam causando limitações na maioria dos movimentos diários e sobrecargas exageradas sobre a coluna.


Tipos de Lombalgia

As lombalgias podem ser classificadas em dois tipos: agudas e crônicas

Essas duas categorias são divididas quanto ao tempo da dor. As lombalgias agudas são aquelas que acontecem em decorrência de “mau-jeito” ou trauma e geram uma dor muito forte, que costuma ser causar o afastamento das atividades cotidianas.

Costumam aparecer após muito esforço físico ou por conta da má-postura e são consideradas de curto prazo, porque têm a duração máxima de duas semanas podendo se estender até 4 a 6 semanas.

As dores das lombalgias crônicas não são tão intensas e costumam aparecer em pessoas mais velhas. A dor varia de leve a moderada, mas acontecem de forma quase permanente e duram mais de 12 semanas.

A dor lombar crônica não costuma causar incapacidade funcional, mas muitas vezes podem levar a outros danos à saúde como, obesidade ou perda de peso, perda da qualidade do sono irritabilidade e até a depressão.

Quais as causas da dor na lombar?

A maioria das lombalgias se apresenta da forma aguda, onde apenas o repouso já é o suficiente para a melhora da dor. Geralmente as causas mecânicas são as causas mais comuns para este tipo de dor, um movimento feito de forma mais abrupta, um trauma ou o excesso de alguma atividade.

Mas a dor também pode estar associada à algum tipo de inflamação, excesso de peso ou outras causas não identificadas o que torna o diagnóstico da causa inespecífico.

A falta de condicionamento físico também pode causar dor na lombar, isso porque a musculatura enfraquecida não consegue manter a biomecânica do movimento corretamente. Quando a postura e a dinâmica do movimento se alteram, o corpo não consegue compensar, o que leva a dor.

Algumas dores lombares tornam-se crônicas e podem agudizar, com dores muito intensa. Nesse caso há necessidade de tratamento através de medicamentos e/ou outras terapias alternativas.

A dor lombar na terceira idade


Ao envelhecimento podemos atribuir a maioria das causas das dores lombares, este fato pode ser atribuído a degeneração das estruturas da coluna entre elas os discos vertebrais.

Com o envelhecimento, os discos intervertebrais vão se desgastando, desidratam e ficam mais rígidos e “quebradiços” e sua função de amortecimento da carga fica prejudicada.

A degeneração do disco intervertebral também pode causar extrusões discais que são chamadas de hérnias de disco que quando vão em direção aos nervos causam dor irradiada para as pernas e pés.

Quando não diagnosticada precocemente ou não tratada, essas degenerações progridem de maneira mais acelerada e a musculatura, cada vez mais exigida, quando não preparada para suportar esta carga, entra em um processo crônico de fadiga muscular.

Há risco mais elevado de causar uma espondilolistese (deslocamento anterior de uma vértebra ou da coluna vertebral em relação à vertebra inferior).

Outra patologia associada ao avanço da idade e à lombalgia é a osteofitose, mais comumente chamada de bico de papagaio, que consistem em pequenas expansões ósseas em forma de gancho que surgem ao redor do disco da coluna vertebral. A principal causa do aparecimento desta anomalia óssea é a permanência em posturas incorretas ao longo da vida, resultando em lesões nas articulações vertebrais.

A osteoporose advinda do avanço da idade também pode causar fraturas osteoporóticas, inclusive em região lombar. Estas fraturas causam dores na lombar muito intensas e altamente limitantes.

Podem ser causadas por excesso de peso, pequenos traumas ou mesmo acontecer de forma espontânea. Isto tudo causado pela baixa densidade óssea e insuficiência de condicionamento físico.

A maior parte das fraturas osteoporóticas ocorre em mulheres, mas homens também podem apresentar este tipo de fratura, sendo o maior fator causador em homens o tabagismo.

Existe ainda uma causa de dor na lombar chamada de lombalgia ocupacional e ocorre em profissões ou trabalhos onde o indivíduo passa muitas horas na mesma posição que pode ser sentado, em pé, carregando peso excessivo, exposto ao estresse vibracional ou sob condições onde a posição adotada é uma postura não ergonômica.

Há também as lombalgias correlacionadas a doenças como Parkinson, artrite reumatoide, espondilite anquilosante, fibromialgias entre outras.

Benefícios do Pilates no Tratamento da Dor Lombar

Há quem pense que a opção pelo repouso total após uma crise de dor nas costas é a melhor opção, mas com os estudos fica claro que a imobilização está entre as piores decisões que se pode adotar na presença de dor crônica na coluna vertebral.

Os tratamentos para lombalgia vão variar de acordo com a causa. O tratamento inicial acontece de forma conservadora, através de repouso de até três dias e medicamentos para dor ou inflamação.

Em um segundo momento, após a fase aguda, inicia-se o trabalho de reforço muscular orientado para a diminuição da progressão da degeneração, correção da postura, diminuição do quadro álgico.

Alguns médicos indicam o Pilates como coadjuvante no tratamento das lombalgias, outros já buscam no Pilates a reabilitação, tratamento e prevenção da dor na lombar, pois sabem que o Método é capaz de atuar no fortalecimento da musculatura.

Além de sua técnica ser capaz de trazer uma maior consciência corporal ao paciente pois exige concentração precisão e fluidez durante a execução.

Há vários estudos que comprovam os benefícios do Pilates para as lombalgias. Entre os benefícios destacam-se:

  • Maior estabilidade da coluna
  • Controle do movimento
  • Melhora postura
  • Aumenta a vitalidade física e consequentemente, melhora a percepção de si mesmo.
  • Melhora o alongamento
  • Desenvolvimento da força muscular
  • Melhora postura utilizando-se de todos os grupos musculares – Uma postura adequada, promove um maior espaçamento entre as vértebras, melhora na flexibilidade, aumento de força e ganho de resistência além, claro, da diminuição ou término da dor.
  • Sabe-se que é fundamental o alongamento das cadeias musculares que estão encurtadas e o fortalecimento das musculaturas que estão enfraquecidas, principalmente as musculaturas abdominais e as musculaturas que compõem o Power House.


A dor na lombar são uma das principais causas que levam as pessoas a buscar o Pilates, e o método é mais do que indicado em todos os casos!

Lembre-se sempre de continuar ativando e fortalecendo o Power House, é fundamental pois é este centro de força quem dá a estabilidade necessária para a coluna lombar e vertebral. Quanto mais fortalecido está o core, mais fluidez de movimento, melhora postural e consequente diminuição da dor.

Fonte: Revista Pilates


segunda-feira, 8 de maio de 2017

Ventosaterapia ou Terapia com Ventosas



A utilização das ventosas no tratamento de doenças não é uma exclusividade da Medicina Chinesa, existem informações do seu uso desde o antigo Egito, ela também é mencionada nos escrito de Hipócrates e praticada pelo povo Grego no século IV a.C., possivelmente conhecida e utilizada por outras nações antigas.

O antigo instrumento utilizado para fazer ventosas era a cabaça, conhecida naquela época como “curubitula” que em latim significa ventosa. Nas regiões primitivas do mundo, a ventosa tem registos históricos que datam de centenas a milhares de anos. Nas suas formas mais primitivas, era utilizada pelos índios americanos que cortavam a parte superior do chifre dos búfalos, com cerca de 10 cm de comprimento, provocando o vácuo por sucção oral na ponta do chifre, sendo de seguida tamponado. O uso de ventosas no Ocidente antigo era um elemento terapêutico corriqueiro e de grande valor panaceico. Pois por falta de outros recursos médicos, a ventosaterapia era utilizada praticamente na cura de todas as doenças. Abordado por essas épocas como um instrumento curativo mágico, pelo contacto intimo com o interior do corpo através do sangue. Ela era respeitada também pela sua atuação no elemento energético gerado pela respiração. Teoria que se aproximava dos conceitos de Medicina Oriental.

Paracelso também descreveu aplicações de ventosas no primeiro século d.c., advertindo que a aplicação de ventosas é benéfica tanto para doenças crónicas como para as agudas, incluindo ataques de febre, e mencionou outras advertências na utilização das ventosas.

Na Europa, assim como na Ásia existiam vários métodos modificados de sangria e escarificação, na Europa a “veneseção” ou sangria das veias era uma prática popular, enquanto na Ásia o sangramento das dilatações capilares (telangiectasias) na periferia da pele junto com ventosas era o método mais utilizado.

O uso das sanguessugas como terapêutica foi comum na idade média no ocidente. Em Portugal os “barbeiro-sangradores” eram geralmente, os técnicos encarregados de aplicar sanguessugas, por concessão de uma licença cedida pelo cirurgião-mor. Naquela época, em Lisboa, foram publicados vários livros sobre o assunto, e os salões de barbear eram o local de venda das sanguessugas.

O uso de ventosas no Oriente foi desenvolvido com base na acupunctura, a aplicação de ventosas foi originalmente, conhecida como Método Chifre. Os chifres dos animais eram aquecidos, criando-se um vácuo quando eram colocados sobre a pele. O propósito era tratar doenças e retirar o pus. No fim do período Neolítico, o desenvolvimento da agropecuária facilitou o desenvolvimento do Método Chifre (ventosa).

O que distingue estas habilidades primitivas dos chineses, das outras áreas do mundo, é a extensão do seu subsequente desenvolvimento, dentro da estrutura da tradicional fisiologia e patologia. O Método Chifre foi posteriormente substituído por outros métodos de sucção posteriormente desenvolvidos, em que se obtinha o efeito de ventosa utilizando-se cúpulas de bambu, metal e posteriormente vidro. A sucção é obtida atualmente, colocando-se uma substância cadente na ventosa antes de coloca-la sobre a pele, aquecendo-a com água quente, ou com o bombeamento do ar para fora desta uma vez posicionada na pele.

A ventosa segundo a MTC tem a propriedade de limpar o sangue das toxinas acumuladas no organismo produzida pelos alimentos e outras fontes poluentes. A estagnação do sangue estagnado, escuro e sujo, nos músculos das costas ou das articulações é considerado pelas Medicinas Orientais como um dos elementos causadores de doenças. A ventosa é usada para o alívio de dores musculares, melhorar o sistema circulatório e até mesmo, para redução de celulite e gordura localizada, lombalgias, dor abdominal, hipertensão arterial e muitas outras patologias.

As ventosas podem ser utilizadas em associação com outras terapias reforçando a efectividade destas. Várias ventosas podem ser utilizadas para tratar desordens sobre uma área mais ampla, por exemplo, ao longo de um estiramento muscular ou dispostas em fileiras horizontais e verticais sobre um órgão doente tendo-se o cuidado de não se deixar as ventosas muito próximas umas das outras.

Pode-se utilizar a ventosa para produzir o “efeito massagem” que consiste em mover as ventosas sobre superfícies grandes e lisas do corpo, tais como as costas e as coxas, nestes casos são utilizadas ventosas de boca média a grande, e em primeiro lugar deve-se lubrificar a zona do corpo que se vai massajar. Esta massagem tem o efeito de remover a pele ressacada pela abertura dos poros e pela transpiração. Mecanicamente, aumenta o fluxo da linfa, reduzindo o edema, mantém a flexibilidade dos músculos, retira as adesões e as fibroses e mobiliza o funcionamento dos órgãos, descongestiona os bloqueios de energia, ativa a circulação e o funcionamento geral do corpo.

A aplicação de ventosas é contra-indicada para casos de febre-alta, convulsões ou cólicas, alergias na pele ou inflamações ulceradas, áreas onde o músculo é fino ou a pele não é plana por causa dos ângulos e depressões ósseas, no abdômen e região lombar em gestantes. Algumas outras considerações a ter no uso das ventosas é que estas devem ser deixadas no local somente até haver congestão local (geralmente 5 a 15 minutos). Se forem mantidas por muito tempo pode-se formar uma bolha, se esta for grande deve ser furada para drenar o líquido, e seguidamente deve ser coberta para evitar infecção.

A aplicação das ventosas deixa frequentemente uma marca púrpura na pele aonde esta foi sugada, isto é normal e vai desaparecer sem tratamento especial. Se a marca for muito profunda, as ventosas não devem ser colocadas de novo nesse local enquanto subsistir a marca.

Fonte: Medicina Chinesa