terça-feira, 24 de outubro de 2017

DRENAGEM LINFÁTICA MANUAL: UMA REVISÃO



A Drenagem Linfática Manual é uma técnica de massagem altamente especializada, feita com pressões suaves, lentas, intermitentes e relaxantes, que seguem o trajeto do sistema linfático, aprimorando algumas de suas funções. (Leduc, 2000).

A Drenagem Linfática Manual é uma técnica de massagem manual que foi descrita, inicialmente, como método para tratamento de edemas em especial o linfedema. Vários autores já a descreveram, entre eles Albert Leduc e Emile e Astrid Vodder. A primeira diferença entre os dois está no tipo de movimento usado. Vodder utiliza uma combinação ampla de movimentos passivos e técnicas manuais de drenagem linfática. Leduc possui uma combinação mais restrita de movimentos e propõem protocolos de tratamentos com base no tipo de distúrbio encontrado e utiliza bandagens compressivas após as técnicas de drenagem linfática. (DE BARROS, 2001).

A drenagem linfática manual drena os líquidos excedentes que banham as células, mantendo, desta forma, o equilíbrio hídrico dos espaços intersticiais. Ela é também responsável pela evacuação dos dejetos provenientes do metabolismo celular. (LEDUC, 2000).
A técnica de DLM é complexa, representada por um conjunto de manobras muito específicas, que atuam basicamente sobre o sistema linfático superficial, visando drenar o excesso de líquido acumulado no interstício, nos tecidos e dentro dos vasos, através das anastomoses superficiais linfo linfáticas axilo-axilar e axilo-inguinal (Marx e Camargo, 2000).

Há duas etapas a serem seguidas na drenagem linfática, sendo, em ambas, realizadas sempre no sentido da circulação linfática de retorno e centripetamente. Essas duas etapas são chamadas de evacuação e de captação. (DE BARROS, 2001). O primeiro processo é a captação que é realizada no mesmo nível da infiltração. O segundo processo consiste na evacuação que é a transparência dos líquidos captados longe da zona de captação. (LEDUC, 2000). O objetivo da evacuação é proporcionar um aumento do fluxo linfático na região proximal, deixando essa descongestionada e preparada para receber a linfa de outras regiões mais distais. Ao se facilitar e melhorar a circulação linfática dessa região, não haverá sobrecargas maiores a esses vasos. (DE BARROS, 2001). O objetivo da captação é absorver os líquidos excedentes da região com estase (com edema, celulite, etc) e transportá-la através dos vasos linfáticos de volta para a circulação venosa. (DE BARROS, 2001)

Existem considerações relevantes que devem ser observadas na aplicação da drenagem linfática:

– O trabalho deve ser executado no sentido proximal-distal;
– Praticar por maior espaço de tempo onde há maior retenção de líquido, ou seja, linfedema;
– Executar as manobras em ritmo lento, pausado e repetitivo, em respeito ao mecanismo de transporte da linfa, cuja freqüência de contração é de 5 a 7 vezes por minuto;
– Não deve ser desagradável e jamais provocar dor;
– As sessões devem ter o mínimo de 30 minutos. (LOPES, 2002).

Se a drenagem for deficiente há um congestionamento e conseqüente acúmulo de líquidos. Uma pressão demasiadamente forte pode obstruir os capilares chegando até mesmo à danificá-los, principalmente os capilares linfáticos pela sua estrutura frágil (Cassar, 2001).

De acordo com Guirro e Guirro (2002) e Lopes (2000), as manobras de DLM possuem várias indicações:

– Tratamento pré e pós-operatório de intervenção cirúrgica;
– Pós-traumatismos;
– Insuficiência venosa;
– Edemas;
– Linfedemas;
– Fibro edema gelóide;
– Queimaduras;
– Enxertos;
– Acne;
– Rosácea;
– Hematomas e equimoses;
– Rigidez muscular;
– Período de TPM;
– Insônia;
– Pós-mastectomia;
– Pós-mesoterapia;
– Tratamento coadjuvante da cicatriz hipertrófica ou queloideana.

A DLM, para ser efetiva, deve sempre ser realizada por fisioterapeuta habilitado em linfoterapia, que conheça bem a anatomia, fisiologia e patologias linfáticas e que saiba aplicar com segurança todos os componentes da técnica (Marx e Camargo, 2000).

Métodos

O presente estudo trata-se de uma revisão bibliográfica sobre a técnica de drenagem linfática manual. As referências utilizadas tiveram fontes primárias e secundárias: Medline, Scielo, Lilacs, Livros, através das palavras-chaves Drenagem Linfática – Sistema Linfático.  As referências utilizadas variam entre os períodos de 1998 a 2004, sendo que algumas fazem uma abordagem geral com relação ao tema e outras apresentam conteúdo mais específico. A língua utilizada de escolha foi o português. O levantamento bibliográfico, a seleção das referências e a redação do trabalho foram realizados pelas pesquisadoras.

Discussão

De acordo com Ibidem o espaço entre as células onde se encontra água, sais minerais, vitaminas e outros elementos nutritivos de micro dimensões e regulado pela lei de Starling, que é definida como “um jogo de pressão instaurado nos dois lados da parede capilar, determinando a situação de homeostase dos líquidos intravasculares e intersticiais”, ou seja, a saída e a reabsorção de substâncias nestes mesmos capilares.

No procedimento relatado por Lopes (2002) essa técnica deverá ser executada observando alguns aspectos importantes, quanto o ritmo, manobras, pressão e harmonia dos movimentos. O tempo de sessão devem ter o mínimo de 30 minutos. Para Cassar (2001), a pressão da mão sobre o corpo, deve ser leve para não produzir colapso linfático, onde o valor sugerido gira em torno de 30-50mmHg.

Executando a técnica de DLM corretamente nós podemos estimular a abertura do linfático inicial e alimentar o volume do fluxo da linfa em ate 20 vezes (Kasseroler, 1998).

Considerações Finais

A DLM é uma técnica massoterápica especifica, cuja ação principal é sobre o sistema linfático e toda sua estrutura anatômica e fisiológica, que ao ser executado deve-se observar alguns aspectos importantes, quanto o ritmo, manobras, pressão e harmonia dos movimentos. É um recurso muito utilizado na pratica fisioterapêutica e também apresenta um bom referencial bibliográfico.

Deve-se observar alguns aspectos quanto a técnica da DLS, pois ela possui influencia direta em funções fisiológicas como:

– Capacidade dos capilares linfáticos;
– Velocidade da linfa transportada;
– Filtração e reabsorção dos capilares sanguíneos;
– Sobre a musculatura esquelética;
– Sobre a motricidade do intestino;
– Sobre o sistema nervoso vegetativo;
– Sobre imunidade.

Podemos concluir que para obter um bom resultado terapêutico, a técnica deve se realizada por profissionais qualificados, pois devem conhecer a anatomia e fisiologia do sistema linfático, só assim poderá obter os benefícios que ela proporciona.

Referências Bibliográficas

1. LEDUC, A. et al. Drenagem Linfática Teoria e Prática. SP: Ed Manole. 2000.
2. DE BARROS, M. H. Fisioterapia: Drenagem Linfática Manual. São Paulo: Robe, 2001.
3. LOPES, M. Drenagem Linfática Manual e a Estética. Blumenau: Odorizzi, 2002.
4. MARX, A . G.; CAMARGO, M.C. Reabilitação Física no Câncer de Mama.. São Paulo: Roca, 2000.
5. KASSEROLER, r. Lymph Drainage Massage. Compendium of Dr. Vodder’s – manual lymph drainage Heidelberg, 1998. Disponível aqui: Acesso em 06/12/2007.
6. LEDUC, A. ; LEDUC, O. Drenagem Linfática: teoria e Prática.. 2ª ed. São Paulo: Manole, 2000.
7. GUIRRO, E. C.; GUIRRO, R. R. Fisioterapia Dermato – Funcional: Fundamentos – Recursos Patologias. 3ª ed. São Paulo: Manole, 2002.
8. CASSAR, M.P. Manual de Massagem Terapêutica. São Paulo: Manole, 2001.

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