sábado, 4 de novembro de 2017

MÉTODO PILATES E MANOBRAS DE LIBERAÇÃO MIOFASCIAL II




O tratamento da dor miofascial é baseado em “técnicas de liberação miofascial”, que compreendem um conjunto de técnicas de terapia manual, influenciadas por princípios osteopáticos – onde a forma afeta a função – e outras técnicas, tendo como essência a visão global do ser humano, assim como no método Pilates.

Essas técnicas têm como base a compressão, microrolamentos, deslizamentos, pinçamentos, fricção, alongamento e mobilização de tecidos moles, tendo como fim a liberação de pontos de gatilho, melhora da extensibilidade, da circulação sanguínea e harmonia da organização das fibras do tecido conjuntivo.

Por consequência, a aplicação das técnicas deliberação miofascial terá ação importante sobre os fusos musculares, o que gera trabalho proprioceptivo respeitável e fundamental, com repercussões positivas na consciência corporal e no bem estar. É nesse ponto que a liberação miofascial se aproxima do método Pilates.

Conforme visto, o método Pilates tem como um de seus objetivos a consciência corporal, obtida através do respeito aos princípios de precisão, concentração e fluidez de movimento. Para que se chegue ao ponto de se obter um movimento fluído, com menor gasto de energia e ausência total de dor, é necessário que haja a integridade anatômica e fisiólogica das estruturas corporais, no caso, os músculos.

Dessa forma, observa-se clinicamente que a integração entre as manobras de liberação miofascial e a prática de Pilates tende a gerar potenciais benefícios àqueles cidadãos que buscam estúdios de Pilates para tratamentos de distúrbios ósteo-mio-articulares. Essa integração é bem compreendida quando se leva em consideração que ambas as técnicas primam por uma mecânica corporal perfeita.

A execução de técnicas de liberação miofascial previamente a sessão de Pilates têm por objetivo a preparação sensório-motora do corpo. Isto é, ao ser submetido aos estímulos táteis e verbais do terapeuta, o sujeito passa a perceber conscientemente aquilo que está sendo realizado no corpo e interpreta os estímulos que lhe trazem algum tipo de conforto, como, por exemplo, o alívio da dor. Logo, sua consciência corporal foi previamente ativada, suas miofáscias comprometidas foram liberadas total ou parcialmente (de acordo com o grau de comprometimento) e, então, o sujeito encontra-se preparado para a sessão de Pilates.

A liberação miofascial dos pontos dolorosos devolve a integridade ao músculo ou grupamento muscular, de forma a potencializar tudo aquilo que pode ser conquistado, dentro das variáveis biomecânicas do desempenho motor: força, potência, resistência, flexibilidade. Portanto, ao iniciar o tratamento com Pilates, o sujeito se encontra com a sensibilidade cinestésica ativada, de forma a perceber e executar os movimentos de Pilates de forma mais harmoniosa, centrada, possivelmente com menor grau de dor e dificuldade, o que lhe proporcionará atingir padrões mais desejáveis de movimento.

Entende-se, então, que os músculos envolvidos poderão ser alongados sem a interferência da dor do ponto de gatilho, favorecendo a melhora da flexibilidade e mobilidade articular. Podem ser também adequadamente submetidos ao trabalho de fortalecimento local e global; por consequência, podem promover o reequilíbrio entre agonistas e antagonistas, através da correção de seus desequilíbrios de força e comprimento e. Por fim, influenciando positivamente na postura.

Conclui-se, consequentemente, que é interessante a associação entre as técnicas de terapia manual utilizadas na fisioterapia, com o intuito de promover a liberação das miofáscias, à filosofia do método Pilates, quando o objetivo e o tratamento de distúrbios músculos-esqueléticos ou para o aprimoramento do condicionamento físico.

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